domingo, 15 de abril de 2012

Desabafos*

Hoje é a primeira vez que escrevo sobre ti, é algo que tentei evitar ao máximo, mas sobre ti, só desabafando comigo mesma é que me consigo sentir melhor... desabafando comigo mesma não tenho de pronunciar o teu nome, não tenho de ouvir ninguém a pronuncia-lo.
É incrível como sempre que me estou a sentir feliz e não me lembro do sentimento de repugna que tu me transmites acabas sempre por aparecer directa ou indirectamente deitando-me completamente abaixo só por ter de conviver com essa tua presença insuportável... devo ser mesmo fraca.
Nunca ninguém à face da terra me causou estes pensamentos tão maus, sinto-me mal por te odiar tanto e só gostava que desaparecesses de uma vez por todas do meu mundo e das memórias que insistem em afagar-me a felicidade!
És a pessoa com quem eu mais odeio cruzar-me e aquela que nesses momentos faz com que a minha personalidade fique irreconhecível fazendo surgir em mim uma faceta que em nenhuma outra situação se manifesta: o cinismo. Ainda que por uma questão de boa educação, mas não deixa de ser cinismo.
Nunca me senti inferior a alguém em absolutamente nada e é impressionante como tu tens esse poder sobre mim sem teres grandes laços de afecto comigo, sem seres grande exemplo de alguém com caracter, de alguém venerável. 
Mas as coisas são mesmo assim, e diz-se que a inveja, sentimento tão feio e miserável, consegue transformar pessoas insignificantes em gigantes com personalidade, consegue fazer com que vejamos sempre tudo a triplicar, o que resulta em que a importância dada à situação em questão se transforme num monstro que cresce de dia para dia e nos atormenta. 
E eu, que nunca senti nada disto por ninguém, invejo-te, com lamento. E invejo-te pelo simples facto de teres tido, outrora, nessas tuas mãos desprezíveis metade da minha  vida e de teres tido a capacidade de fazeres com ela aquilo que bem quiseste e bem te apeteceu... invejo-te por saber que foste de tal forma importante, que os danos que causas-te ainda hoje incomodam, ainda hoje não estão esquecidos. E sinto todos os dias que ainda que tenhas sido a criatura mais horrenda que eu já conheci, foste capaz de atingir patamares aos quais eu temo nunca chegar. Patamares que eu sinto que permanecem gravados num órgão que eu desejo que bata por mim todos os dias.
Sinto que o ar fica irrespirável quando estás por perto e nesses momentos, involuntáriamente, há sempre algo que me contorce o estômago e me faz fluir a sensação de desconforto mais insuportável que alguma vez provei. E não sei como consegues, mas até em sonhos me atormentas... o que é certo, é que consegues sempre.
São meros desabafos... 


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