sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Tic Tac

25 de Agosto de 2011, fim de tarde...

Sinto este estranho e frio nevoeiro como algo que vai completamente de encontro com o meu interior... Algo meio morto, meio vivo, algo que sente o normal, unica e simplesmente o normal, o básico dos básicos, o insuportável suficiente!
Como se conseguisse viver mas gostasse de ver um bocadinho de sol, só um bocadinho...só para quebrar toda aquela cansativa e massadora rotina, causada por aquele nevoeiro permanente, que insiste em me apagar o sorriso quando eu mais sinto que o vou abrir... como uma desilusão, uma enorme espectativa deitada a baixo, como quando tiras uma goluseima a uma criança, aparentemente feliz, e ela faz um escandalo? Todos acham um exagero...
Um nevoeiro que te obriga a mudar, que de certa forma te esgota mas pior, que te faz habituar a todo este lento e sempre igual passar de tempo.
A sensação de que não estás mal mas também nao estás completamente feliz.
Aquele "deixa-te andar" que te tira a vontade de acordar e te permite continuar naquela infinita estrada onde não se vê nada de novo, onde sentes os ossos a fracassarem e o coração a necessitar de ser aconchegado.
E eu espero, sentada ao lado da minha janela, espero incansávelmente que este tão entristecedor nevoeiro se vá embora e que grandes feixes de luz me façam sentir realmente viva e me façam ver que tal como eu mudei e me habituei a este estranho clima, também ele mudou por mim e me trouxe aquele sol terno e calorento de de que eu tanto sinto falta...






segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Sometimes, the best way to get someone's attention, is to stop giving him attention! 


sábado, 6 de agosto de 2011

Melodias

Observo-me ao espelho, penetro o meu próprio olhar e começo a soltar, nas minhas expressões, o meu lado mais teatral. Desaperto o delicado casaco que me aconchega o corpo nu e deixo-o cair suavemente no chão fazendo com que toda a minha natureza se reflicta naquele tão sincero pedaço de vidro.
Sem perfeição nem grandes anomalias, tento apreciar a beleza do básico e imperfeito ao som daquele "Jazz" que faz com que me sinta naturalmente mulher, seduzida pelo meu próprio olhar. 
Lábios semi-abertos, olhos franzidos, mente absolutamente intocável... deslizo suavemente as mãos macias por este semi-pedaço de pura malícia, feminismo e impaciência enquanto que enumeres pensamentos e imagens invadem a mais interessante parte de mim. Consigo sentir a minha serena e ao mesmo tempo intensa respiração.
Vou fechando os olhos lentamente, prevendo o toque delicado das minhas pestanas e uma nova sensação começa a nascer em  mim onde consigo sentir os meus lábios a serem abertos por outros, os meus olhos a verem algo semelhante ao paraíso e a minha mente a passar de intocável a completamente desorientada pelo erotismo da natureza humana... outras mãos deslizam, incansavelmente, pelo meu corpo enquanto que eu, abro os olhos e me deparo com todos aqueles pensamentos e imagens que outrora me invadiam a imaginação, a serem reproduzidos naquele instante. Aquela tão perfeita e insubstituível presença, acompanha-me numa coreografia simétrica de movimentos sequenciais que faz com que eu consiga sentir a minha respiração, da mesma forma, duplamente.

Apago a luz, Desligo o "Jazz"... 
Agora somos nós quem faz a melodia...